quinta-feira, 21 de abril de 2011

domingo, 20 de dezembro de 2009

Oficinas 9 e 10

As oficinas 7 e 8 foram realizadas na manhã e tarde do dia 3 de agosto. Principiamos por uma mensagem, com texto de Pablo Neruda e, em seguida, a professora Daiana encaminhou a dinâmica do complemento, na qual cada cursista recebia uma frase do tipo "eu sou uma calça sem zíper", enquanto outro recebia o seu complemento, ou seja, "eu sou o zíper da sua calça". Então as duas pessoas, que retiraram as frases que são complementares, reuniam-se para criar um texto utilizando as frases em questão. Eu e minha colega produzimos um classificado poético, nos moldes do produzido pela Roseana Muray: "Troca-se óculos sem lentes, com armação em excelente estado, por um par de lentes que permita ver as coisas belas da vida. preciso com urgência que essa troca se realize, antes que o tempo passe e eu seja absorvida pela feiura que nos cerca. Interessados tratar pelo telefone 99072124, ou na rua da Miopia, sem número". As frases que nos serviram de base foram: Eu sou uns óculos sem lentes e Eu sou as lentes dos seus óculos. A partir desta atividade, refletimos sobre a importancia do trabalho em grupo para realizarmos um bom trabalho. Realizamos, ainda, algumas atividades que nos permitiram concluir que todo texto é argumentativo, em maior ou menor grau.
Depois disso, produzimos um relato relacionado à vida escolar, procurando chamar a atenção para a prática docente. Um dos objetivos desta atividade era demonstrar que, quando escrevemos sobre algo significativo, encontramos mais facilidade. Isso deve ser levado em consideração quando escolhemos as propostas de escrita de nossos alunos. Depois de lermos nossos relatos para o grupo, passamos à tarefa seguinte, que era criar um final para o texto Espírito Carnavalesco, que faz parte da oficina 11, página 219 do TP6. Feito isso, em grupos, realizamos um planejamento de aula, a partir do referido texto.
Para finalizar essa Oficina, fomos até a biblioteca da escola onde o curso está acontecendo, escolhemos um livro e preparamos para ele uma motivação para ser usada com os alunos. Escolhemos O fantástico mistério de Feiurunha, de Pedro Bandeira. A motivação criada pelo meu grupo seguiu os seguintes passos:
1- conversar com a turma a re4speito dos Contos Maravilhosos que eles conhecem;
2- chamar a atenção para a estrutura dos contos: como são as personagens? Como as histórias costumam terminar, etc.
3-fazer o seguinte questionamento: que tal ler uma história que promove o encontro de vários personagens dos contos maravilhosos?
4-perguntar se eles sabem o que acontece depois do "viveram felizes para sempre", propondo a leitura da obra de Pedro Bandeira, O fantástivo mistério de Feiurinha, o qual apresenta os contos depois do tradicional felizes para sempre.

Oficinas 5 e 6

No dia 14 de julho, iniciamos a 5ª oficina assistindo a um video sobre Ariano Suassuna, no qual o autor realiza uma palestra abrodando os temas: processo de escrita e identidade cultual. O autor critica o processo de transplantação cultural, sobretudo a influência européia e norte-americana. Neste oficina, trabalhamos com o tema Letramento, realizando o resgate deste conceito a partir de autores como Magda Soares e Kate Chong, por exemplo. Para isso, a professora Daiana passou alguns slides contendo os conceitos de letramento e de alfabetização.
A seguir, assistimos a alguns videos nos quais o contexto precisa ser levado em consideração para que a coerencia se efetive. Afinal, O TP4, de que tratam as oficinas 5 e 6 também aborda a questão da coerência. Na sequência, nos reunimos em grupos a fim de rascunhar os passos do projeto, que deverá ser aplicado na escola, até o final deste ano. Optamos, em nosso grupo, por trabalharmos com a questão da leitura, mais especificamente, em como tornar mais produtivo o horário destinado à leitura, nas escolas.

Avaliação do Programa

Parece que foi ontem que nos reunimos pela primeira vez na cidade de Humaitá, para termos nosso primeiro encontro e sermos apresentadas ao Gestar. Inicialmente, tudo parecia muito confuso: muitos livros, muitas informações, tarefas de casa que não estávamos certas de poder cumprir. Mas o desafio estava lançado e, afinal de contas, não seria professora se desistisse diante das dificuldades.
Entretanto, tão logo entrei em contato com o material, principiando o processo de leituras, aplicação das atividades e reflexão sobre as mesmas, nas oficinas, percebi que não se tratava de um curso qualquer, mas de algo que faria a diferença, não apenas em minha prática docente, mas na vida de meus alunos. O suporte teórico é excelente, as atividades são criativas e prazerosas e o formato do curso é muito bom. O contato com a professora formadora e com os demais cursistas foi fundamental, a troca de experiências que realizamos durante este ano, muitas vezes não é feita nem nas escolas onde trabalhamos, onde, não raras vezes, as reuniões pedagógicas tornam-se ocasião para avisos gerais e combinados de ordem burocrática.
Sempre me considerei uma boa professora, pois sempre me esforcei para isso, procurando novidades e nunca desistindo de meus alunos. Porém, depois do Gestar, percebi o quanto minha prática precisa ser aperfeiçoada.
Desde que iniciei o meu trabalho em sala de aula, procurei enfatizar nas aulas de Língua Portuguesa, as práticas de leitura e escrita. Contudo, os resultados foram sempre muito sutis, sendo percebidos, em geral, a longo prazo. Neste ano, contudo, pude colher frutos do trabalho que realizei e reafirmei o prazer de trabalhar com Educação. Posso dizer, com alegria, que ajudei a formar leitores de fato e que a escrita de meus alunos melhorou significativamente, bem como sua capacidade de interpretação. Isso porque tive coragem de me afastar dos conteúdos mínimos, desviando o foco do trabalho para as competências que pretendia desenvolver e em atividades lúdicas e prazerosas que contribuiriam para tal realização.
Há alunos que não gostavam de ler, como há, todos os anos e em todas as turmas. O que mudou é que, de modo geral, essa não é a prioridade...a preocupação em dar conta de planos de estudo e avaliações tradicionais, não permitem que o professor sente ao lado desse aluno e descubra do que ele gosta e reflita sobre que livro poderia prender sua atenção. Eu tinha na minha turma um aluno que estava repetindo a 5ª série e, o que se comentava na sala dos professores, é que o menino passava o tempo todo jogando games, com o aval da mãe, que o mantinha ocupado. De fato, encontrei este menino várias vezes na locadora, alugando games. Então, numa de nossas visitas à biblioteca, perguntei a ele se ele já havia lido Xisto no espaço, que era de ficção científica e que certamente ele, que adora games, iria gostar. O menino ficou feliz de eu saber de seu gosto por games, estabeleci ali um elo de amizade entre nós, de troca e ele levou o livro, talvez para não me decepcionar. Na semana seguinte, no dia da troca dos livros, ele veio me dizer que havia lido e gostado muito da história. Vergonhosamente, eu duvidei, mas , felizmente, não demonstrei. Perguntei o que ele achou do perosnagem principal e ele acabou me contando toda a história, com detalhes. Para me deixar um pouco mais surpresa, ele perguntou se tinha outro do mesmo tipo. Fiquei meio perdida, pois não me lembrava de outro, do mesmo tipo. Então ele me salvou dizendo que queria ler algo sobre Santos Dumont, que ele viu na estante uma vez. Procuramos e encontramos a biografia e, desde então, ele tem frequentado a biblioteca da escola, melhorou em todas as disciplinas e passou de ano, sem exame na maioria delas.
O que quero ressaltar é que o Gestar foi além de uma série de atividades bem elaboradas e da possibilidade de reflexão sobre sua aplicação, pois permitiu uma reavaliação de meus objetivos em sala de aula. Descobri que, nos anos anteirores, não alcançava avanços significativos na leitura e na escrita, porque não as priorizava de fato. Sabia de sua importância, mas passava a maior parte do tempo, cumprindo programas sem sentido. Os alunos acabam saindo do Ensino Fundamental, sem as habilidades de escrita e leitura desejadas e sem saber usar a gramática, de modo proficiente, em seus textos. A gramática é fundamental, desde que sirva de instrumento para o estudante manifestar-se melhor, seja pela escrita ou pela fala, no registro formal ou informal.
Descobri, com o Gestar, que formar leitores e escritores é possível, desde que essa seja a prioridade da escola. Não foi possível realizar tudo que se planejou, nem resolver todos os problemas de escrita dos alunos, mas tanto na turma sobre a qual fiz os relatos, como nas demais, onde apliquei as atividades, foi possível observar avanços nos alunos, mesmo que seja no interesse dos mesmos pelas tarefas.
Sinto-me priviegiada por fazer parte deste grupo, por ter tido a oportunidade de participar dessa formação e de poder ajudar a difundir, nas escolas, a ideia de uma educação prazerosa e de qualidade. Creio que as demais áreas também devem ser contempladas com Programas como este e, na verdade, adoraria que o Gestar Língua Portuguesa pudesse ter novas etapas, futuramente.

Contribuições do Gestar

O Gestar é um Programa de formação Continuada, cuja contribuição extrapola, em muitos aspectos, os limites da sala de aula. O curso possui o diferencial de acrescentar, ao professor cursista, conhecimento teórico, relacionando-o, entretanto, com sua prática pedagógica. Tive, durante o curso, a oportunidade de fazer alguns concursos públicos e, ao ser chamada para a etapa prática, em que precisava ministrar uma aula, tive a sorte de ter como ponto sorteado, o tema Gêneros Textuais. Utilizei o material do curso, tanto para a confecção do Plano estudo, quanto para a aula propriamente dita e o resultado foi muito positivo. Isso prova, não apenas a qualidade do curso, mas a importância de estarmos sempre nos movimentanto em busca de formação e conhecimento, pois ele se renova, a cada dia, parafraseando José Paulo Paes, como a água do rio, que é água sempre nova.

Apresentação do Gestar na Escola

No dia 15 de agosto, num sábado, realizamos a apresentação do curso Gestar, área de Língua Portuguesa, na escola onde trabalhamos. Nesta manhã, estiveram resunidos na escola professores de todas as áreas, a direção, coordenação pedagógica e secretária de educação. Por essa razão, procuramos, eu e a professora Rosane Hames, organizar a apresentação de tal forma que pudéssemos ter o engajamento de todos os professores nas atividades e não apenas dos que trabalham com Língua Portuguesa, afinal, ensinar a ler e escrever é tarefa de todas as áreas.
Principiamos os trabalhos com a distribuição da letra da música "Fico assim sem você", da Adriana Calcanhoto. Após a leitura, ouvimos a múscia e os professores foram convidados a cantar. Em seguida, assisitimos ao video com a mímica da música. Os professores acharam muito divertido e aproveitamos para comentar que essa atividade inicial incorpora, de um certo modo, o "espírito" do Gestar, no sentido de que este prevê a ressignificação do trabalho com o texto, tornando o ensino atrativo e prazeroso. Além do que, a letra da música, que trata da incompletude humana, da necessidade de um outro, para ser feliz, também dialoga com a ideia, implícita no Programa, de que é preciso, em educação, romper-se com o isolacionismo, no momento em que propõe a reflexão e discussão da própria prática, nos convocando à troca de ideias e experiências.
A seguir, apresentamos uma sequência de slides sobre o Gestar, organizado pela professora Daiana, a nossa formadora. Depois de explicar os principais pontos deste programa de formação continuada, falamos da nossa experiência no curso, realizando uma espécie de testemunho, enfatizando o que mudou em nossa prática e os resultados que ainda pretendiamos colher, no decorrer do ano. Foi emocionante ouvir dos outros professores que já haviam notado diferença na escrita da turma da 5ª série, bem como no interesse dos alunos pela leitura, e pelas atividades em aula. Quem está em sala de aula sabe o quanto é difícil, em educação, "colher frutos" a curto prazo. Em geral "plantamos" e esperamos uma colheita a longo prazo. Fiquei realmente feliz!!!
Feitas as esplanações sobre o curso, assistimos ao video assalto cultural e fomos para o intervalo. Vale lembrar que todo o material utilizado nesta apresentação, exceto a mensgem final, foram recebidos nas oficinas, organizadas pela professora formadora.
Depois do intervalo, aproveitamos que os professores estavam reunidos e apresentamos o projeto que deveríamos aplicar, a respeito do horário de leitura na escola. Os professores mostraram-se interessados e surgiram muitas ideias excelentes para aprimorarmos a prática de leitura na escola, dentre as quais, a realização de uma feira do livro, que poderia envolver as demais escolas do município. Este seria, porém, um projeto maior, que pensamos em pôr em prática em 2010, em função do adiantado do ano letivo e dos contratempos ocorridos em função da gripe suína. Resolvemos, então, diversificar os gêneros textuais a que os estudantes tem acesso durante o horário de leitura e, aproveitando a presença da secretária de educação, solicitamos a assinatura de alguma revista e jornais para a escola.
O grupo mostrou-se interessado em contribuir e, inclusive, demonstraram interesse de participar de programas como este, de formação continuada, em suas áreas. Finalizamos a apresentação com a mesnagem Chocolate quente,a qual enfatiza que não devemos dar tanta importancia para a caneca onde bebemos e sim para a bebida que estamos sorvendo. Da mesma forma, não devemos nos preocupar tanto com a falta de recursos e, muitas vezes, limitações impostas pela realidade de nossas escolas, mas concentrar no que realmente importa, que é a aprendizagem dos alunos. É possível se ter muito prazer, tanto com o chocolate quente quanto com nosso trabalho!