Para dar sequência ao trabalho sobre cordel e festa junina, ambos oriundos da cultura do nordeste brasileiro, resolvi trabalhar com a turma o texto Baião, constante na página 42 do TP4. Inicialmente realizamos a leitura do texto. Percebi que os alunos ficaram curiosos quanto ao ritmo da música, pois na leitura, alguns deles procuravam dar a ele uma melodia. Em seguida, ouvimos a música que levei para sala de aula e convidei os alunos a acompanhar; os menos tímidos ensaiavam uns passos que, se não era baião, combinavam pefeitamente com o ritmo da música. Depois disso, foi feito um estudo do texto, extrapolando as atividades sugeridas nas páginas 43 e 44.
Depois da correção e dos comentários, incentivei-os a estabelecer uma relação com outras danças e ritmos que conhecem e que manifestam dierentes culturas e grupos sociais. Surgiram muitas ideias e, então, dividi a turma em grupos de 3 ou 4 estudantes. Cada grupo ficou responsável por um ritmo diferente: samba, rosck, sertanejo universitário, gauchesca, bandinha, funck, hip hop, gospel e mpb, sendo que esta última ficou, como eu já havia previsto, sem grupo. Pedi que trouxessem material sobre esse gênero munsical para a próxima aula e a letra de uma das músicas, por escrito.
Receosa de que os grupos não se organizassem com o material, providenciei algumas coisas, sobretudo sobre mpb, para levar para a sala de aula. Posso dizer, contudo, que fui surpreendida pelos grupos; ao entrar na sala, verifiquei que os alunos estavam organizados com o material, cds e letras. Havia uma certa algazarra na sala, os grupos estavam cantando as letras, um grupo queria ver o que o outro trouxe e eu levei alguns minutos para acalmá-los. Depois de tudo organizado, expliquei a eles como seria a dinâmica do trabalho. Dei um tempo para que um representante de cada grupo fosse até a secretaria providenciar um xerox por grupo das letras trazidas. Depois, cada grupo recebeu um roteiro de análise, que deveria ser aplicado à música escolhida, com questões que permitiam aos alunos expressar a razão pela qual optaram por essa música, a análise de sua letra e de seu ritmo e até mesmo a sua representação, por meio de um cartaz. A seguir, cada grupo deveria apresentar sua música a turma, por meio de mímica, encenação ou dança, socializando, também, as questões do já mencionado roteiro de análise. As três aulas passaram muito depressa e não foi possível apresentar nenhum dos trabalhos.
Na quarta-feira tivemos duas aulas e pedi que eles se organizassem em círculo. Precisei dar 15 minutos para que os grupos fianlizassem suas apresentações. Então, cada equipe passou a apresentar seu trabalho e confesso que fiquei muito satisfeita com o resultado. Os alunos envolveram-se na atividade, assitiram as outras apresentações sem que eu precisasse chamar a atenção, foi uma aula muito agradável, tanto para mim quanto para a turma. No final, procurei sistematizar com eles o que foi visto até ali. Enfatizei o fato de que a música, assim como o cordel, é um gênero de texto e os incentivei a refletir sobre o fato de que elas, narrativas ou não, representam determinados grupos e culturas, daí as diferenças observadas em suas letras e ritmos. Além do que, a diversidade de estilos trazidos para a sala, permitiu o questionamento de alguns preconceitos demonstrados por alguns alunos quanto a determinados gêneros musicais.
Por fim, colamos os cartazes pela escola, a fim de que os demais alunos tivessem acesso ao trabalho realizado por eles.